A água que descia era escassa.
A vermelhidão da infinita vista
Misturou-se a pele pálida e dura
Vincada, sulcada, rasgada em vales
Resultando em um marrom tonel.
As ferpas de remendos do balaio
Serviam agora para coçar picadas
De venenos absorvidos como brasa
Da dor ausente que já não dói mais.
Os dentes se despediram dos lábios
Que rachados e tachados de um amarelo
Buscam inverno da janela e amordaçados
Salivam o que desce dos dias sertanejos.
Suor e saudade, guardados na lata vazia.
Casciano Lopes
Muito interessante esse olhar diferenciado sobre as coisas que estão ou estiveram na nossa frente. Fico feliz quando leio seus escritos. Me trazem lembranças boas perdidas no tempo... tempo... tempo...
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