25.8.13

Con[decorada]

Era uma casa pequena de pisos e azulejos antigos, uma porta, uma janela, um vitrô e um basculante alto. Um portão da casa de fundos.
Era sem 'águas', de escada poucos os degraus, de arejado só o pé direito alto da meia parede de azulejos vencidos e do ar nitrogenado.
Era de lembranças cada taco, despregado do tempo já sem cera e costurado ao quadrado de dormir por onde em sanfona se abria o acesso ao cumprido canto de banhar de tão suados azulejos.
Era idosa a campainha, que anunciava vaidosa que na rua alguém parava em frente ao portão, desejando passear por caquinhos de azulejos pregados ao caminho, vulgo corredor que vai ao fundo...
E no fundo, a casinha dita [era], desmonta seus azulejos, faz as malas e faz viagem, no caminho cresce e já dispõe de presente...
Cabe sonhos, novidades, pequenas necessidades e nobres azulejos.

Casciano Lopes



Publicação de nº 600

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