Tenho colo e é isso que me protege dos açoites.
Por crer nas flores que exalam beleza gratuita, nas árvores que oferecem sombra sem troca, na criança que não precisa de circo pra sorrir, no vento que dispensa motivo pra soprar, no sol que aquece o mar, no mar que cria seus corais pra abrigar; é que tenho colo.
O que me guarda é o divino do que não precisa de reza, porque já é prece: um passarinho no ninho, um jardineiro sem paga, uma mesa cheia de gente e de amor.
Já é santo tudo em mim o que agradece, e já é manto tudo aquilo que vejo, que passa oferecendo sem custo o acalanto disfarçado de colo.
Casciano Lopes
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