Ontem minhas copas estavam frondosas,
ramos cheios de opções possibilitavam saídas.
O caule robusto parecia que sustentava a terra,
embora o mundo dissesse o contrário.
Os verões foram fartos,
sombras convidaram cadeiras e ocupantes.
As primaveras nunca souberam de dieta,
flores e juras engordaram as cores das faces.
Hoje, outono seguido de inverno,
galhos retorcidos de frio não são agasalhos.
O tronco arranhado de promessas tatuadas,
se finca no entorno porque aprendeu a sede.
Amanhã, na saciedade de meus frutos,
sei que matarei a fome pra manter a raiz.
A raiz... a que sustenta a ventania e que, se funda,
garante a vista e promete estações.
Casciano Lopes
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