10.9.10

Bem no pulso

O bem querer lubrifica
E circunda toda forma de vida
É bem quisto o que sabe querer
A mornidão amorna a alma
Daquele que sente falta
Do que segure a palma
É distante fazer devagar a vida
Do que acredita com pressa
É perdido amansar o veloz
E inútil perfilar prioridades
Para o que precisa de tudo
De forma precisa e inquietante
Justo é só conhecer segundos
Conhecendo a extensão de seus milésimos
Cada fração cronometrada
Pode guardar todas as equações
Para resolvê-las é indispensável
Pulso no relógio
Do espírito ao biológico
Dos ponteiros aos pêndulos
Das catedrais às capelas
É bastante viver querendo
Só querer o fracionado, o equacionado
Vivo o resultado é simplificado
Pode ser cadeira para sentar satisfeito
Ou quatro para lembrar pares
Pode ser círculo sobre círculo para enxergar dois
Ou enlaçados viram oito
Infinito que se quer junto
Se transforma, um número
Na matemática dos relógios
No pulso de quem sabe contar diferenças
Igualdade no jogo das sensações
Provocações do bem querendo.


Casciano Lopes

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