4.9.10

Sobrevivendo

Sou um qualquer na multidão
Por vezes sem rosto
Sem coração
Impedido pela razão
Admoestado pela emoção
Ferida que não fecha
Animal preso da pastagem
Procuro o que não sei
Só encontro o que não tem resposta
Busco e me acho descoberto
Escondo o gigante nas mãos
No peito risco a faca bêbada
No colo acolho o que desprezo
Um cego na boiada
Encosto-me na cerca
Arranho-me nos espinhos
Para não ser pisoteado.

Casciano Lopes

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é muito bem vindo, após aprovação será publicado.