Por vezes sem rosto
Sem coração
Impedido pela razão
Admoestado pela emoção
Ferida que não fecha
Animal preso da pastagem
Procuro o que não sei
Só encontro o que não tem resposta
Busco e me acho descoberto
Escondo o gigante nas mãos
No peito risco a faca bêbada
No colo acolho o que desprezo
Um cego na boiada
Encosto-me na cerca
Arranho-me nos espinhos
Para não ser pisoteado.
Casciano Lopes
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