10.9.10

O processo

Nas viagens por valados... O encontro
Vive tolo o desolado e o alpinista cansado
Esbarra-se no derrotado e conforta
O desespero áspero dos cegados pela sombra.
Quando chove no valado
Vira peixe o lá lançado, vira barro o rio formado
Vira gente o acomodado nas braçadas lado a lado
Encontra-se com o deslize do que o topo alcançava.
A terra suga a bebida barrenta descida
Mas não suga o enlameado enquanto vive
Nasce verde no valado e tem raiz no caule
Como nos calcanhares trilhas rachadas desenhadas.
No abandonado, o verde brotado só
Enraizado junto, alastra-se nos arrimos naturais
Enrosca-se nos cambitos depauperados
Empresta-lhe leme à força.
Cresce nas paredes vermelhas
Trepadeira que floresce brotando para fora do vale
Como parindo uma mãe, o desvalido parido
Cambaleando vai mesmo que por deserto abrasador.
Naturalmente vivo
Do seio da terra vindo feito magma em borbulhas
Cheio de história feito peixe, talvez cacto agora
Antes de mais nada... Um vivente que a terra entendeu e devolveu.


Casciano Lopes

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