28.3.23

Lugar de morar

Depois de tudo, nós compreendemos...
Assim como entendemos de templos sagrados os que moramos: planeta, corpo e casa, reverenciamos nosso chão e pisamos com delicadeza nossa sustentação.
Nosso pedacinho de chão: onde semeamos a promessa de árvore, onde deitamos nossa crença de colheita, onde regamos todo dia pra ver crescer a alegria...
Nosso esteio de fazer amparo, onde vivem nossas sagradas memórias: do tempo que não findou, da nossa infância e da terra em que ela brotou, da juventude que deixou sabor de cardápio bom, da maturidade madura da fruta que nunca será velha por ser conservada no aroma da experiência.
A gente um dia entende...
E nem por isso deixa de chorar, às vezes longe do espelho pra não ver. Mas nunca deixamos de acreditar em milagres e muitas vezes eles se misturam na face com lágrimas e quase borra tudo... mas por ter chão pra pisar vira sorriso; só não adoece o riso do chão que tem homem pra assentar.

Casciano Lopes


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