8.2.12

Enxergando a poesia

A poesia é mesmo algo que transcende
toda essência
Quando se senta à beira do caminho
traz quietude
Em cima do telhado não só calmaria
também tempestade
Ora faz alarde feito tambor vazio rolando
ladeira abaixo
Ora traz o sossego do silêncio
embala o sono
Quando ferem a face do descuido ela
estanca o sangrar
Outras vezes arranca gemidos da alva face
que põe-se a chorar
As letras codificadas ou desvestidas são
artimanhas dela
Dizeres, saberes, sentimentos cálidos
profundos ou rasos
Solfeja como um mantra a cascata
melodiosa das águas
Como também nas cascatas: a mentira e balela
disfarça seu mal
Empresta a palavra o direito de ir, muitas vezes perdendo o
de vir
Se senta nas linhas sua forma regrada
encontra quem gosta
Se foge dos espaços e deforma seu traço também alivia 
o peso da gente
A poesia, esta senhora elegante...
Que tanto serve aos iguais quanto aos
deselegantes
Que amaldiçoa e abençoa em fração
de versos
Ilumina elevando 
a lamparina
 outras vezes faz-se negro
escondendo a vela
Ah poesia...
Se não fosses tu
Caprichosa e delicada
Talvez naquele inverno
Não tivesse trazido
E eu conhecido
Na porta de um bar
O grande amor de minha vida
Hoje a razão de minhas letras
Meus dizeres múltiplos
Com várias interpretações
Para mais de mil leitores
De mil leituras
Mas...
Com uma única intenção
A do poeta
A do amor
A da poesia.

Casciano Lopes

Um comentário:

  1. Caríssimo poeta, prazer! bravo, bravíssimo! De pé aplaudo seu blog, e o seu ser poeta, muito lindo tudo...
    Sou apenas uma aprendiz, sinto que dentro de mim também há borbulho de poesia, só em pensar sinto alegria, não sei nada, mas percebo algo diferente quando se fala em poema, poesia, enfim que maravilha ter encontrado seu blog, valeu a pena! Parabéns poeta, seu brilho ofusca meus olhos e me faz ver o meu interior... obrigada por partilhar conosco um pouquinho do seu tudo!

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