É necessário que a terra sofra
Que a chibanca cave seu solo
Desobstrua sua raízes,
Tem o tempo de seca
Fartura de água
Racionamento
Transbordamento,
Vem o calor do astro
O breu sem lua
E a cheia toda nua
Sofre as dores do parto
Brota frágil e esverdeada
Sua cria mais doída,
Cresce, preocupa a mãe
Terra
Vem os algozes insetos
Pragas e maldições
E ela
A terra
Emana seu potencial
Amamenta, alimenta
Sua obra
Que se enche de espinhos
Afasta a mortalidade
E faz brotar seus botões
Que desabrocham em rubro
Branco, amarelo, carmim
Perfumam o vaso, a casa,
A dama e o roseiral
Enchendo de pétalas seu chão
E de orgulho sua criação
E o recomeço faz o dever
Na terra das cavidades
Rachaduras e inundações
Onde o ciclo se faz novo
Onde primeiro vem a dor
Para depois brotar a flor.
Casciano Lopes
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