Tem dias em que muda de cor
Deixando pálidas minhas paredes
Torturando a incandescente lâmpada
Polindo em brilho minhas pupilas
Marejando em sais as tais
E alucinando em versos o quarto escuro
Parece transparente a sensível ao toque
Vê-se o interior de meu interior
E as ideias já se confundem com ideais
As emocionais com cerebrais
E o suor se junta ao pranto
Joelhos num canto
Implorando e pedindo ao santo
Que cesse..
Ela que detona meus reboques
Dilacera minhas sapatas
E rouba minhas tintas
De maquiar ou esverdear o mundo
De paredes...
Hoje pálidas...
A dor.
Casciano Lopes
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