Que o botão espera a poda
Como vaso a rosa.
Diz da chuva que molhou meu chão
Fala do labutar do lavrador
Da solidão do orvalho que desceu
Da sofreguidão dos insetos
A beliscar-me o caule.
Conta-lhe que o sol aqueceu-se
Que a lua perde-se em suas fases
Que a poesia de tantos sete dias
Já fica triste pela demorada colheita.
Eu botão que de rosa me aproximo
Temo a morte e peço mesa
Dentro de uma cama solitária.
Casciano Lopes
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