14.6.10

Agonia

Quente como uma noite de sexta
Uma sexta qualquer 
Que por qualquer motivo mais quente fica
Escorre na nuca o que não encontra saída
Formigam os pés e sem tostão
Veias pulsam sem tomada de pressão
Os nervos contraem e retraem
O aço corre derretido caudaloso nos poros
Escorre em erupção pelos canais dos ais
Coração megafone grita para o lábio
Que sussurra para o rosto um sopro
Um suspiro gemido cola no ouvido
Imaginação delirando próximo ao perdido
Emaranhando-se olhos buscadores
Farejando feito cão, o chão da cama
Perdendo o faro nas mãos molhadas
Sentindo no colo um fardo feito fado
Querendo só uma noite latejante
Entre pernas que não as próprias.

Casciano Lopes

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