14.6.10

A ti

A quem posso dedicar toda a frieza de meu inverno
E toda a delicadeza de meu outono
Se não ao mestre de minhas temperaturas

Busco nas ancas de minhas palavras
Toda a silhueta da poesia
Toda a brasa dos verões vividos
Quentes como dois corpos nus.

Casciano Lopes

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