7.12.11

Ainda ontem

Meus moços, estão nas ruelas que cortam meu estado de nostalgia, nas veias que latem feito cão nas cadeias de meus delitos, detentos por sobriedade, estão na provocação de cada porta e cada avistada ao longe, acima da costura fiel e abaixo do cós da sedução.
Nos meus sonhos encontro cada qual com seu corpo em viés, balaustres que sustentam meu ímpeto, aprisionando a ira de meus nervos, eles desviam-se do invisível, do que destila veneno que não mata, do que sacia a ilusão de olhar só mais um pouco.
Meus moços, seu moço...
Caminham na pele, por entre dentes de uma confusa lembrança, sem rostos, mas em corpos talhados, banhados por cheiro de mato.
Dormem em camas plácidas, ou nem tanto, distantes do suor amadeirado de meu tom de cana, fujões dos portões lanceados, das correias frouxas de franciscanas gastas. Estão nas matas virgens ou desmatadas, de um passado insano ou entrincheirado nas batalhas fúteis de um presente incômodo.
Meus moços.. Meus moços...
Ou me mata a procura, ou me mato buscando.

Casciano Lopes

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é muito bem vindo, após aprovação será publicado.