16.12.11

Cá tem lá

Estranho é buscar o que se foi por vontade própria
Querer retomar uma lição já aprendida
Ferir duas vezes um mesmo doente, uma mesma ferida
Estranho é repartir um pão já engolido
Matar o que já se enterrou distante
Emprestar lenço ao choroso ausente.

Mão longe, olhos desencontrados, bocas não vistas
O suor pinga feito lágrima na barra da calça
Calça de caminhar solitária, calça de vagar
Estranho...
Dormir só cá
Dormir só lá.

Estranho... música... estranha partitura
De "dó", "lá"
Vamos leitor!
Solfeje comigo
Sinta comigo a estranheza dessa tarde
Dessa letra, dessa música ausente.

Caminhe no seu quadrado de pensar
Ouça enquanto caminha sua calça de vagar
Onde está sua boca longe?
Estranho...
Pare! Ao suar seu choro na barra das pernas
Só de caminhar devagar...

Casciano Lopes

2 comentários:

  1. Vamos lá poeta, "dó" ...
    Agora, "ré" ...
    Isso mesmo, faz o "mi" ...
    Vais longe, meu garoto!!!

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